Comprar produtos Xiaomi no exterior ou no Brasil?

Recentemente a gigante chinesa Xiaomi voltou ao Brasil e apresentou em evento oficial muitos dos produtos que ela venderá em terras tupiniquins, entre eles o tão aclamado Xiaomi Mi 9.

A notícia deixou os fãs da marca empolgados, principalmente ao saberem que não mais terão de comprar smartphones e outros produtos importados, como o Xiaomi Mi 9, na China, um país que apesar de vender barato, demanda um processo de importação.

Importações são processos penosos, que podem demorar em média 25-45 dias e que podem até gerar taxas altas, inviabilizando o negócio. Portanto, saber que isso não será mais necessário, é sim um alívio.

Mas será que mesmo com a Xiaomi em solo brasileiro, ainda não seria mais vantajoso comprar produtos Xiaomi no exterior (China) do que no Brasil? Vamos analisar:

Teste de público

Por mais empolgante que seja a ideia de ter lojas da Xiaomi Brasil afora, pertinho de nossos lares, isso não será totalmente a realidade. Na verdade, a marca terá apenas algumas lojas iniciais em algumas cidades pré-selecionadas, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Afinal de contas, a Xiaomi já esteve no Brasil no passado e sua estratégia de mercado se mostrou falha, obrigando-a a encerrar suas atividades no país. Portanto, é natural que a empresa seja mais cautelosa e estratégica nessa nova empreitada.

Ademais, haverá um teste criterioso de público para saber quais os produtos devem fazer parte de sua oferta de vendas. Sabemos que aparelhos, como Redmi Note 7, Xiaomi Mi 8 e Xiaomi Mi 9 serão vendidos pela empresa. Mas a Xiaomi é muito mais que smartphones.

Na verdade, a marca fabrica de tudo um pouco. Mas é preciso testar o público para saber se há mercado potencial para que a chinesa atinja o sucesso, tal como o fez em outros países do continente asiático. Ou seja, nem tudo que os fãs esperam encontrar, realmente estará disponível.

Um novo modelo de negócio

O grande problema de marcas como a Xiaomi é reproduzir o mesmo modelo de negócio em países como o Brasil. Um país onde os impostos cobrados sobre os bens e produtos é muito maior. Ou seja, se em outrora a Xiaomi se destacou pelo preço, no Brasil, a estratégia precisa ser reformulada.

Basta ver o preço do Xiaomi Mi 9 divulgado no evento da empresa. O aparelho que na China já é encontrado por R$ 2.050,00. Aqui foi anunciado por nada menos que R$ 3.999,00. Uma diferença significativa e que nos faz duvidar de como a empresa sustentará sua imagem de alto custo-benefício.

Outros aparelhos mais básicos como o Redmi Note 7 até estão mais dentro da realidade, custando a partir de R$ 1.299,00. Mas mesmo assim, é quase o dobro do valor cobrado em lojas virtuais chinesas, como a Banggood – uma das principais escolhas do público brasileiro para produtos Xiaomi.

É claro que se formos comparar com os smartphones vendidos por marcas já consagradas em território brasileiro, a Xiaomi ainda está levando certa vantagem. Mas será mesmo que isso basta para abrirmos mão da importação e comprarmos produtos Xiaomi no Brasil ao invés de países como a China?

Vamos calcular…

Como sempre, melhor que indagar é responder. Portanto, vamos simular que compramos o Xiaomi Mi 9 na Banggood por R$ 2.055,02 (US$ 516). Ao chegar no Brasil, o Xiaomi Mi 9 passará pela Receita Federal e será tributado em 60% + ICMS do estado de destino + IOF (6,38%).

No Rio Grande do Sul (onde eu moro), o ICMS é de 18%. Portanto, conforme o site tributado.net, o valor total do Xiaomi Mi 9 (frete + impostos de importação incluídos) seria de R$ 4.179,80. Isso significa quase R$ 200 a mais que o valor cobrado no aparelho pela Xiaomi no Brasil.

Porém, é importante dizer que dificilmente a Receita Federal cobra os 60% em produtos com esse valor. Justamente por saber que os destinatários não pagarão valores tão altos. Todos os smartphones que eu importei com valores acima de 500 dólares, foram taxados em no máximo R$ 600.

A explicação? Não se sabe. Algumas pessoas dizem que as lojas virtuais internacionais declaram valores inferiores, outras dizem que para não perder de ganhar algum valor nessas transações, os agentes da Receita Federal tributam os aparelhos num valor “aceitável”.

Conclusão: comprar Xiaomi na China ou no Brasil?

Eu pessoalmente sempre faço as contas, calculo o possível valor dos tributos e comparo com o valor cobrado no Brasil. Antes eu comparava com os anúncios do Mercado Livre, para saber se realmente valia a pena importar determinado aparelho ou comprar diretamente dos importadores do Mercado Livre.

Eu acredito que isso continua valendo e portanto, se você não se sente a vontade de passar pelo processo de importação, pesquise. Independente da Xiaomi ter representação no Brasil agora. Ainda podemos encontrar seus produtos importados no Mercado Livre. Por valores mais atraentes.

Mas lembre-se! Sempre consulte a reputação dos vendedores do Mercado Livre e procure saber o que os compradores anteriores falaram do vendedor e do produto. O Mercado Livre pode ser uma ferramente muito boa para comprarmos produtos importados, mas está cheio de golpistas.

Evite anúncios muitos baratos e que solicitam contato fora do ambiente do site / aplicativo. Denuncie se necessário e caso tenha problemas no pós venda, saiba que pode devolver o produto até 30 dias após o recebimento. Quanto a Xiaomi no Brasil, só o tempo dirá como a empresa driblará o cenário desfavorável às empresas.

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William Pompeo

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